Translate

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Seca histórica compromete abastecimento de água e luz no Brasil

O maior reservatório de água potável de São Paulo está a 5% da sua capacidade, e poderá atingir o zero em meados de Abril. O Rio de Janeiro não está melhor e não há soluções rápidas à vista.
O Brasil está a viver uma situação de seca sem precedentes, com a escassez de água a deixar os sistemas de abastecimento das maiores cidades do país à beira do colapso, e a fazer disparar o risco de apagões e cortes de energia, uma vez que cerca de 80% da produção brasileira é hidroeléctrica.
A seca já atinge cinco das dez maiores regiões metropolitanas brasileiras – Belo Horizonte, Campinas, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo –, onde vivem cerca de 48 milhões de pessoas, isto é, cerca de um quarto da população do país. Mas segundo os especialistas, o impacto da crise hídrica poderá ser sentido por quase 80 milhões de brasileiros.
O Governo de Dilma Rousseff qualificou a crise da água como “sensível”, reconhecendo que a situação é “muito preocupante”. Conforme assinalou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, “nunca se viu uma seca tão grande nos últimos 84 anos”: o Governo federal está disponível para apoiar “as medidas emergenciais e de carácter estruturante”, dos estados e dos municípios, que são os detentores da responsabilidade pelo abastecimento das populações, garantiu a governante.
O caso de São Paulo – uma metrópole de 19 milhões de habitantes – é o mais extremo. Há meses que o abastecimento da Grande São Paulo está a ser feito com recurso à exploração do chamado “volume morto” dos reservatórios do sistema Cantareira, isto é, com a água que fica no nível abaixo da estrutura de captação das represas e cuja qualidade não pode ser garantida.

A escassez de água obrigou ao racionamento do abastecimento nas torneiras em vários pontos da região metropolitana e da própria cidade de São Paulo. A população tem reagido entre o pânico e a resignação, passando pela revolta e fúria: por exemplo, depois de 20 dias sem água, um protesto na localidade de Itu, a 100 km de São Paulo, terminou em violência, com os habitantes a pegar fogo a autocarros e a sequestrarem camiões-cisterna.

Nenhum comentário:

Postar um comentário